sábado, 2 de julho de 2011

“O zelo por sua casa me consome” (Jo 2, 17)


Neste mês de julho, dedicado ao dízimo, a Igreja convida a todos os cristãos a aprofundar no mistério da caridade da partilha dos bens e da manutenção do templo. Uma vez que o dizimo dado pelas famílias é um reconhecimento a promessa cumprida e, cheia de gratidão, ofertam os primeiros frutos da terra, recitando assim, a grande confissão de fé cristã (cf. Dt 26,1-12).
O dízimo nos educa para a justiça, que se torna concreta na partilha. Aparentemente podemos admitir que a opção pelo dízimo seja uma atitude fácil. Mas não é bem assim. Ser dizimista exige uma atitude de amadurecimento da fé e da partilha. Podemos observar quantos são dizimistas, mas o são de forma desleixada e incomoda – “Cada um dê segundo a decisão do seu coração, sem tristeza nem coação, pois Deus ama aquele que dá com alegria” (2Cor 9, 7).
Todos os que abraçaram a fé estavam unidos e tudo partilhavam. Vendiam suas propriedades e bens para repartir o dinheiro apurado entre todos, segundo as necessidades de cada um” (At 2, 44-45).
O dizimo é uma lição sobre o excedente. Como nos afirma os Santos Padres, tudo aquilo que excede não nos pertence, e sim àqueles que nada possuem.
Ofertai integralmente o dízimo ao Templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário (cf. Mq 3,10).
O grande apóstolo, São Paulo, faz uma exortação para os cristãos se convencessem do valor da ajuda econômica à comunidade de Jerusalém. Pois a parte econômica faz parte do testemunho do cristão. A partilha econômica fazia sentido na unidade das diversas comunidades. Não era uma questão periférica da fé, mas o autentico veiculo de comunicação do “dom extraordinário” de Deus (cf. 2Cor 9, 15) e da obediência ao Evangelho de Cristo (cf. 2Cor 9, 13). A existência de “coletas” nas missas deve-se a baixa adesão do dizimo, por parte da própria comunidade.
A esta reflexão bíblica, nossa comunidade paroquial, assíduos aos ensinamentos dos apóstolos, faz o convite a você a dar um passo a mais na comunhão fraterna, na contribuição da manutenção do templo de suas comunidades, à fração do pão e às orações (cf. At 2, 42).
Marcelo Moura

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